A campanha Chega
de Fiu Fiu foi criada em 2013 pela Think Olga,
um projeto feminista que luta contra o assédio sexual em locais públicos. A
campanha abriu espaço para a discussão sobre a dimensão e natureza do problema,
ajudando, também, na luta contra outros
tipos de violência contra a mulher.

Inicialmente, o
trabalho da equipe era focado na publicação de ilustrações com mensagens de repúdio
ao assédio, que eram compartilhadas por milhares de pessoas nas redes
sociais, culminando no movimento
social contra o assédio em locais públicos. O grande número de mulheres que
apoiaram a campanha em seu início foi relevante para a continuação.
Em agosto do
mesmo ano, uma pesquisa, realizada pela jornalista Karen Hueck juntamente com a Think Olga, contou com 7762
participantes e demonstrou que 99,6% delas afirmaram que já foram assediadas.
Quase a totalidade! Ver o resultado da pesquisa aqui.
A mídia
divulgou a pesquisa e o movimento, e a Think Olga partiu para a criação de um mapa
colaborativo da violência e uma hashtag no Twitter. O “Mapa Chega de Fiu Fiu” é uma ferramenta que
relaciona geograficamente os locais e motivos que aumentam a incidência de
casos de assédio em determinadas áreas. E a hashtag #primeiroassedio no Twitter, dava e dar a oportunidade as pessoas de contar como e quando aconteceram seus primeiros assédios.
O assunto também foi tema da TEDx São Paulo, no
Museu de Arte de São Paulo – MASP, sendo muito importante para explicar a
importância de seguir com a campanha e o uso do site colaborativo, chamando todos
para essa discussão.
Trechos da fala de Juliana de Farias, como: “... A
gente acha que o machista e assediador é esse homem sem rosto, esse homem
desconhecido pela rua, que abusa das mulheres nas ruas escuras. Não é! Esses
assediadores, eles são pais, são filhos, são profissionais competentes, que
estão mais perto do que a gente imagina. É aquele chefe que você admira. É o
seu colega de trabalho que tem doutorado. É aquele amigo carinhoso, engraçado.
Por quê? Por que o assédio é legítimo culturalmente. Ele é entendido como algo
que faz parte do homem. Ele é entendido como algo bom, como um flerte ...” nos fazem refletir em que sociedade habitamos
e o que é preciso transformar.
Ver vídeo:
Do outro lado,
mesmo sem ter conhecimento ainda da campanha, outra mulher criou um aplicativo
de denúncia e mapeamento de assédio nas ruas. Catharina Doria, na época com 16
anos, foi chamada de gostosa por um homem na rua e voltou para casa confusa e
chateada, pela sensação de impotência. Foi aí que teve a ideia de minimizar essa
sensação. Criou um mapa, que depois se tornou o aplicativo “Sai Pra Lá”, que
já faz o maior sucesso entre as mulheres e homens também. Hoje, Catharina tem 17 anos e
quer expandir seu projeto. Muito bem, Catharina!
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Sai Pra Lá |
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